TRIGÉSIMO DIA
José Araujo de Souza
Trinta dias depois,
é como se aquela dor estivesse iniciando
sua caminhada no meu peito.
Trinta dias depois,
contados da dor permanente,
da tristeza diária,
cada vez maior.
Trinta dias, hoje,
e nada se modifica na lembrança
que carrego comigo.
Eu a vejo a cada instante
e não a encontro em nenhum canto
para onde eu corra,
em nenhum lugar onde me escore.
Há trinta dias
começamos a nossa morte,
gradativa, inevitável
e irreversível.
Só que ela foi retirada
do campo de batalha
primeiro.
Eu,
ainda aguardo…